Araçuaí
Minas Gerais - MG
Histórico
Duas são as versões sobre origem do nome de Araçuaí: Saint Hilaire, em seu livro
“Viagens pelas Províncias do Rio de Janeiro e Minas Gerais” conta: “Disseram-me em São
Domingos (atual Virgem da Lapa) que o nome de Araçuaí fora dado pelos paulistas ao rio que o
tem, porque tinham encontrado nele grande quantidade de ouro; teriam exclamado eles: “Ouro só
ali”, e que, desta frase se fez Araçuaí. A segunda versão deriva o nome tupi de “raçu”, ave
(provavelmente a arara vermelha) e “hy”, rio. Rio de arara vermelha seria, portanto, a
significação do nome do rio e do município.
A extensa região que constitui o território atual do município foi primitivamente habitada
pelos trocoiós e botocudos. A penetração do homem branco na região – feita pelos
desbravadores José Pereira Freire Moura, Julião Fernandes, Luciana Teixeira e outros –
provocou a progressiva desaparição do índio, incapaz de competir com a superioridade da
organização social e técnica do invasor.
A formação do centro econômico, que iria posteriormente constituir a atual sede
municipal se revestiu de características peculiaríssimas. Ocupada a região, os barqueiros que
faziam o tráfico de mercadorias pelo rio Araçuaí tinham seu porto na confluência daquele com o
Jequitinhonha, local que oferecia todos os requisitos para a edificação de uma cidade. O Padre
Carlos Pereira Freire de Moura, filho de um dos mais importantes povoadores da região, proibiu,
porém, na comunidade então nascente, o uso de bebidas alcoólicas e a presença de prostitutas.
Em face da situação, emigraram as infelizes mulheres, fixando-se na fazenda da Boa
Vista da Barra do Pontal, de propriedade de Luciana Teixeira. O local tornou-se ponto de
arribada das canoas que subiam o rio Araçuaí. Com o tempo, para lá se deslocaram os eixos
econômico e político da região, chegando a comunidade a ultrapassar, em importância, o
primitivo núcleo do município, atual vila Itira.
Com o passar do tempo, o desenvolvimento da pecuária, o aumento da extensão da área
cultivada e a presença dos artesanatos do ferro, cerâmica e couro permitiram o crescimento da
população. Os rios Araçuaí e Jequitinhonha, apesar de não serem propriamente navegáveis, pelo
pródigo da habilidade de seus barqueiros – habilidade esta, hoje legendária -, possibilitaram à
comuna contato e comércio com a região circundante. Sobre essas bases processou-se o
progresso da comuna, hoje importante centro urbano da sua região.
Gentílico: araçuaiense
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Calhau, pela lei provincial nº 471, de 01-06-1850,
e pela lei estadual nº 14-09-1891.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Arassuaí, pelas leis provinciais nºs
803, de 03-07-1857, 1612, de 19-12-1865 e 1673, de 20-09-1870, desmembrado de Minas
Novas. Sede na povoação de Calhau. Constituído de 2 distritos: Arassuaí e Itinga, ambos
desmembrados de Minas Novas. Instalado em 10-07-1871.
Pela lei provincial nº 818, de 04-07-1857, e pela lei estadual nº 2, de 14-09-1891, é criado
o distrito de Barra do Pontal e anexado a vila de Arassuaí.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Arassuaí, pela lei provincial nº
1780, de 21-09-1871.
Pela lei provincial nº 2565, de 03-01-1880, e pela lei estadual nº 2, de 14-09-1891, são
criados os distritos de Comercinho e São Pedro do Jequitinhonha e anexados ao município de
Arassuaí.
Pela lei provincial nº 3326, de 05-10-1885, o município de Arassuaí passou a chamar-se
Calhau.
Pela lei provincial nº 3442, de 28-09-1887, e pela lei estadual nº 2, de 14-09-1891, é
criado o distrito de Santa Rita do Arassuaí e anexado ao município de Arassuaí.
Pela lei provincial nº 3485, de 04-10-1887, o município de Calhau voltou a denominar-se
Arassuaí.
Pela lei estadual nº 2, de 14-09-1891, são criados os distritos de Bom Jesus do Lufa e São
Domingos do Arassuaí e anexados ao município de Arassuaí.
Pela lei estadual nº 556, de 30-08-1911, são criados os distritos de Caraí e São Roque e
anexados ao município de Arassuaí.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 10
distritos: Arassuaí, Barra do Pontal, Bom Jesus do Lufa, Caraí, Comercinho, Itinga, Santa Rita
do Itinga (ex-Santa Rita do Arassuaí), São Domingos do Arassuaí, São Pedro do Jequitinhonha
e São Roque.
Pela lei estadual nº 843, de 07-09-1923, é criado o distrito de Gravatá (ex-povoado de São
Bento), com terras desmembradas do distrito de Bom Jesus do Lufa e anexado ao município de
Arassuaí. Sob a mesma lei, é criado o distrito de Itaporé (ex-povoado de Boa Vista do
Jequitinhonha) com terras desmembradas do distrito de Bom Jesus do Pontal e anexado ao
município de Arassuaí e Santa Rita do Arassuaí passou a denominar-se Itingui.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 12
distritos: Arassuaí, Bom Jesus do Lufa, Bom Jesus do Pontal (ex-Barra do Pontal), Comercinho,
Itaobim (ex-São Roque), Itaporé, Itinga, Itingui (ex-Santa Rita do Itinga), Gravatá, São José do
Caraí, São Pedro do Jequitinhonha e São Domingos do Arassuaí.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1936.
Em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, o município é constituído
de 12 distritos: Arassuaí, Bom Jesus do Pontal, Comercinho, Gravatá, Itaobim, Itaporé, Itinga,
Lufa (ex-Bom Jesus do Lufa), Santa Rita do Arassuaí (ex-Itingui), Caraí (ex-São José Caraí),
São Domingos do Arassuaí e São Pedro do Jequitinhonha.
Pelo decreto-lei estadual nº 148, de 17-12-1938, é criado o distrito de Santana do Arassuí,
com terras desmembradas do distrito de Itaobim e anexado ao município de Arassuaí o distrito
de São Pedro de Jequitinhonha deixa de pertencer a Arassuaí para ser anexado ao município de
Jequitinhonha. Pelo mesmo anterior são desmembrados do município de Arassuaí os distritos de
Itaobim e Comercinho, para formar o novo município de Medina. E ainda, o distrito de Bom
Jesus do Pontal tomou a denominação de Pontal.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 9
distritos: Arassuaí, Caraí, Gravatá, Itaporé, Itinga, Lufa, Pontal (ex-Bom Jesus do Pontal),
Santana do Arassuaí e São Domingos do Arassuaí.
Pelo decreto-lei estadual nº 1058, de 31-12-1943, o distrito de Pontal passa a chamar-se
Itira. Pelo mesmo decreto-lei desmembra do município de Arassuaí os distritos de Gravatá, Caraí
e Lufa, para formar o novo município de Cruzeiro (ex-Gravatá). desmembrada do município de
Arassuaí os distritos de Itinga e Santana do Arassuaí, para formar o novo município de Itinga.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de 4
distritos: Arassuaí, Itaporé, (ex-pontal) e São Domingos do Arassuaí.
Pela lei estadual nº 336, de 27-12-1948, desmembra do município de Arassuaí os distritos
de São Domingos do Arassuaí e Itaporé, para formar o novo município de Virgem da Lapa. Pela
mesma lei é criado o distrito de Engenheiro Schnoor e anexado no município de Arassuaí
passando o mesmo a ser grafado Araçuaí.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 3 distritos:
Arassuaí Schnoor ex-Engenheiro Scnhoor e Itira.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Alterações toponímicas distritais
Calhau para Arassuaí, alterado pela leis provinciais nºs 803, de 03-07-1857, 1612, de 19-12-
1865 e 1673, de 20-09-1870.
Arassuaí para Calhau, alterado pela lei provincial nº 3326, de 05-101885.
Calhau para Arassuaí, alterado pela lei provincial 3485, de 04-10-1887.
Ratificação de grafia
Araussuaí para Araçuaí, alterado pela lei estadual nº 336, de 27-12-1948.
Fonte: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros – Volume XXIV ano 1958.
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