Além do salário amoedado o trabalho se faz invariavelmente, seguido de remuneração
espiritual respectiva, da qual salientamos alguns dos itens mais significativos: acende a luz da
experiência; ensina-nos a conhecer as dificuldades e problemas do próximo, induzindo-nos, por
isso mesmo, a respeitá-lo;
promove a auto-educação; desenvolve a criatividade e a noção de valor do tempo;
imuniza contra os perigos da aventura e do tédio; estabelece apreço em nossa área de ação;
dilata o entendimento; amplia-nos o campo das relações afetivas;
atrai simpatia e colaboração; extingue, a pouco e pouco, as tendências inferiores que ainda
estejamos trazendo de existências passadas.
Quando o trabalho, no entanto, se transforma em prazer de servir, surge o ponto mais
importante da remuneração espiritual: toda vez que a Justiça Divina nos procura no endereço
exato para execução das sentenças que lavramos contra nós próprios, segundo as leis de
causa e efeito, se nos encontra em serviço ao próximo, manda a Divina Misericórdia que a
execução seja suspensa, por tempo indeterminado.
E, quando ocorre, em momento oportuno, o nosso contato indispensável com os mecanismos
da Justiça Terrena, eis que a influência de todos aqueles a quem, porventura, tenhamos
prestado algum benefício aparece em nosso auxílio, já que semelhantes companheiros
se convertem espontaneamente em advogados naturais de nossa causa, amenizando as
penalidades em que estejamos incursos ou suprimindo-as, de todo, se já tivermos resgatado
em amor aquilo que devíamos em provação ou sofrimento, para a retificação e tranqüilidade
em nós mesmos.
Reflitamos nisso e concluamos que trabalhar e servir, em qualquer parte, ser-nos-ão sempre
apoio constante e promoção à Vida Melhor.
Ana Gaspar
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Emmanuel
Médium: Francisco Cândido Xavier
Texto retirado do Reformado
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