Pois é! Aquilo a que outrora se dizia ser obra do diabo, falar com os
mortos, hoje é cada vez mais uma evidência, que nos mostra a imortalidade da
alma. De realçar apenas o interesse cada vez maior por parte de investigadores e
cientistas, em busca da prova final da existência do espírito.
Encontrámos um excelente dossier intitulado «Viagem ao Mundo dos Espíritos»,
na revista Notícias Magazine (do Diário de Notícias e Jornal de Notícias), de 8
de Março de 1998, dossier este da autoria do jornalista Eugénio Pinto. Com
linguagem clara, concisa e precisa, denotando um espírito crítico e postura
séria perante assuntos desconhecidos, este tema foi muito bem escalpelizado pela
Notícias Magazine. O jornalista relata uma reunião espírita, num centro espírita
do Norte, cujo objectivo seria auxiliar pessoas falecidas que ainda andem
em sofrimento. Conta os diálogos encontrados, as sensações fruídas pelos médiuns
em causa, relata casos vividos pelos intervenientes, deixando-nos um panorama
muito bem descrito, que quer parecer-nos visa informar e questionar tudo aquilo
em que ainda não pensámos muito bem – a continuidade da vida após a vida no
corpo físico.
Assunto tabu para muitos e inclusive perseguido pelo preconceito, a
comunicabilidade dos espíritos aparece cada vez mais como uma evidência que vai
tendo as atenções do mundo científico.
«Não considero a mediunidade como doença. Posso encarar o fenómeno
mediúnico, de um ponto de vista científico, como um estado
modificado de consciência. Mais nada.»
Allan Kardec, sábio, investigador de uma cultura acima da média, em meados do
século XIX, em França, investigou minuciosamente e codificou o Espiritismo, ou
doutrina espírita, realçando o seu carácter eminentemente racional, referindo a
propósito, que o Espiritismo marcha ao lado da ciência, mas não se detém onde
esta pára, vai mais além, referindo igualmente que no dia em que a ciência
oficial provar que um único postulado do espiritismo está errado, então os
espíritas abandonarão esse postulado e seguirão a ciência oficial. Allan Kardec
descobriu assim as leis que regem o mundo espiritual bem como o
inter-relacionamento entre o mundo espiritual e o mundo corpóreo. Com a
explicação dessa leis (leia-se «O Livro dos Médiuns») o maravilhoso, o
sobrenatural, veio dar lugar, irremediavelmente, ao natural, a factos comuns e
explicados, à luz do espiritismo.
Ainda neste dossier, na Notícias Magazine, encontramos a peça «À Luz da
Ciência» onde o jornalista analisa o transe mediúnico (comunicação com os
espíritos) dentro da perspectiva de cientistas e investigadores, que em Portugal
viram os seus créditos validados pela atribuição de uma bolsa de estudos pela
prestigiada Fundação Bial.
José Correia, psicólogo, faz parte de um grupo de trabalho que está a
investigar «Aspectos psicofisiológicos do transe mediúnico», sendo bolseiro da
Bial. O Professor Doutor Mário Simões, psiquiatra e antropólogo, professor
universitário e investigador, é um dos cientistas que mais se tem dedicado ao
estudo dos estados modificados de consciência, referindo: «Não considero a
mediunidade como doença. Posso encarar o fenómeno mediúnico, de um ponto de
vista científico, como um estado modificado de consciência. Mais nada.»,
referindo igualmente que existem evidências científicas da existência do
espírito. Para Mário Simões, as associações espíritas «desempenham o seu papel,
não só do ponto de vista psicoterapêutico imediato, mas também porque
compreendem e integram o fenómeno, não ostracizam, não põem de lado, são capazes
de apoiar as pessoas. Fora do contexto onde este tipo de fenómeno ocorre são
pessoas sem patologia.»
Para Mário Simões, as associações espíritas «desempenham o seu
papel, não só do ponto de vista psicoterapêutico imediato, mas também
porque compreendem e integram o fenómeno, não ostracizam, não põem de lado, são
capazes de apoiar as pessoas.
Fora do contexto onde este tipo de fenómeno ocorre são pessoas sem
patologia.»
Vítor Rodrigues, psicólogo, está envolvido num projecto de investigação
em torno de «As Vozes do Médium», procurando relacionar os espectros de voz dos
falecidos e investigá-los.
O Espiritismo explica-nos, desde há 140 anos, com fundamento científico, a
imortalidade da alma, a comunicabilidade dos espíritos, realçando também a lei
de causa e efeito, a pluralidade dos mundos habitados e a pluralidade das
existências (reencarnação).
Cabe agora á ciência oficial confirmar ou não as assertivas espíritas. Aí
estão os cientistas à procura do espírito, ao fim e ao cabo uma inevitabilidade!
Bibliografia: «Notícias Magazine» (revista dos jornais Diário de Notícias e
Jornal de Notícias), n.º 302, 8 Março 1998, Portugal
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