BEM VINDO

BEM VINDO
BIBLIA

visitas online


PESQUISANDO A ESCATOLOGIA DA MORTE NO IMAGINÁRIO CATÓLICO E PROTESTANTE

Pesquisar para entender a morte e o morrer segundo o imaginário do catolicismo e do protestantismo através de suas rupturas e continuidades, ao longo da história. Palavras-chave: Protestantismo – catolicismo romano – rupturas e continuidades sobre a morte e o morrer. Trying to understand dead and dying from the viewpoint of the comparative eschatological of the Catholicism and Protestantism imagination though their breaks and continuities, throughout history. Key-words: Protestantism – Roman Catholic – culture and religion about death and burial.
  Ao darmos início ao trabalho de pesquisa sobre a concepção de morte cristã, podemos perceber que existem várias perspectivas sobre a morte e o morrer. Dentre as quais, destacamos a católica e a protestante. Estas duas aparências foram resultadas de um longo processo histórico cuja demonstração difere em relação à concepção vigente no cristianismo primitivo. O cristianismo primitivo por sua narrativa histórica, seus eventos é, como um processo de acontecimentos no tempo e no espaço, resultante da ação humana em respeito às informações ou documentos relacionados aos acontecimentos. O historiador estaria, pois, subjetivamente limitado. Essa limitação acontece porque no tempo e no espaço se faz necessário considerar o papel dos homens na história. Como diz a própria história: derivada do verbo grego historeo - aprender pela pesquisa. Assim, para conhecermos às questões deste estudo, tentaremos organizá-lo em tópicos.
PRIMEIROS CRISTÃOS O primeiro elemento seria buscar as origens cristãs. Não temos como objetivo periodizar sua história, mas buscar segmentos perceptíveis para compreender aspectos essenciais. Uma igreja nasce formada pelos profetas, sendo denominada primitiva. Evolui com traços não organizados, nem formais, ou liderança declarada, caracterizada apenas pela figura dos apóstolos, dentre os quais, um pescador por profissão, seria o líder. Nesse exercício acadêmico de recordações, as narrativas de Paulo de Tarso, através de suas epístolas da década de 50 do século I e, acentuadamente o aparecimento ao final do mesmo século, dos evangelhos sendo o de Marcos o primeiro. (década de 70) Mateus (80) João e Lucas (90) e especialmente Atos dos Apóstolos (século II), no qual Lucas descreve os acontecimentos da Assembléia dos Apóstolos, realizado em Jerusalém, de cujas decisões deram aos gentios a emancipação do julgo 4 da lei judaica permite-nos conhecer às primícias do “Reino dos Céus”, conforme complementa Mateus. (Mt:13:53/58). Na Assembléia dos Apóstolos, chamada Concílio de Jerusalém, Tiago, irmão de Jesus de Nazaré, consubstanciado nos testemunhos de Pedro, Barnabé e de Paulo encontrou o caminho, a trajetória, para formação de uma igreja universal da qual no muito adiante, sob o governo de Constantino dar-se-ia Católica Imperial; subsidiária para outra Católica Romana A instalação de uma igreja católica em Roma, tendo em vista as diversas agruras suportadas por seus mártires desenvolveu uma espécie de unidade favorável à aceitação do Evangelho proclamando assim uma igreja universal, como corpo de Cristo. No entanto, as diversas controvérsias ocorridas naquela mesma igreja permitirão insinuar-nos no protestantismo. O CULTO AO NAZARENO. De acordo com as narrativas dos evangelhos e especialmente, conforme Lucas. Jesus de Nazaré, feito Cristo Jesus, é o fundamento e não o fundador da Igreja. (At:.2) aquele que é a Pedra fundamental é também o intermediador único. (Is 53 c.c Ef 1.19-23). Essa “intermediação” seria como uma luz entre a salvação testamentária em seu ambiente vivencial identificando o objeto, o télos, (as boas coisas) que com o advento da crucificação do homem de Nazaré - Jesus de Nazaré; pela sua subsequente ressurreição como Cristo, deu origem ao 5 processo, como um enigma que traduziria para os cristãos a salvação das suas almas. O télos, pois, seria como uma escatologia para as boas coisas, oferecendo ao homem que seu destino post-mortem se faria traduzir sob pilares da fé cristã que traduz a expectativa em relação ao morrer e a morte. Essa escatologia se refere à salvação da alma no post-mortem: “Para ressuscitar com Cristo é preciso morrer como Cristo” (CATECISMO ROMANO, 2000:283). A resposta para a esperança estaria, portanto. na fé. Crendo na vida eterna, naquilo que não precisaria ser provado, mas nascido na consciência de cada um. Portanto não seria apenas uma expectativa, porque aquelas podem não ser realizadas. Não é um sonho, porque pode não ser sonhado. Mas poderia ser visto como um mistério que tem como destino a ressurreição! A ressurreição, como escreveu Lucas: “encontraram a pedra [do sepulcro onde Jesus de Nazaré havia sido enterrado] removida (..); mas, ao entrarem, não acharam o corpo do senhor Jesus”. Essa capacidade de Jesus de Nazaré, teria sido, pois, como uma manifestação divina que transformaria a humanidade de Jesus de Nazaré, para mover-se de forma invisível. O cristianismo se apoia na certeza dessa ressurreição. O túmulo vazio é a prova indiscutível de que a mensagem dela vivenciada contempla a esperança final para todos aqueles que nela creem. Esse escháton, esses acontecimentos dos últimos dias ou tempo, presente na maioria das religiões teria 6 sustentação veterotestamentário nas revelações do profeta Daniel. (AZCARATE, 2007:391). Daniel foi o profeta escolhido por Deus para anunciar as revelações ao povo. Uma espécie, pois, de mensageiro ou interprete da Palavra Divina. Um papel de pregador garantido a unidade cultural e religiosa junto ao povo escolhido por Deus. É, no entanto, através dos escritos neotestamentarios que a ressurreição encontra sua melhor demonstração, pela fé na ressurreição de Jesus de Nazaré, chamado agora Jesus Cristo. Esse Jesus Cristo, buscando escritos de Lucas, conforme Atos dos Apóstolos, disse: “Jesus foi o primeiro a ser ressuscitado dentre os mortos para uma existência glorificada, não mais sujeita a morte como castigo pelo pecado (At 26.23) Paulo de Tarso, no mesmo sentido escrevendo para os cidadões na cidade de Corinto disse:” a glorificação é a obra de transformação que remove de nós todos os pecados e nos coloca num estado de perfeita comunhão com Deus (1Co.13.12). Afirma ainda que “se o Cristo não ressuscitou, ilusória é a vossa fé” (1Co 15.17), A ressurreição, pois, como disse Azcárate “é uma nova dádiva de Deus” (AZCARATE, 2007:392). Pela qual a ressurreição dos mortos e do próprio Cristo teria um papel importante na escatologia e na promessa de salvação anunciada pelo profeta. A ressurreição seria então como um sinal, uma prova do Poder Divino fortalecendo o indivíduo que não temeria morrer, pois buscaria na ressurreição a vida eterna. 7 Essa visão da Igreja requer, no entanto, da Congregação compreender seu principal arquétipo, o símbolo da própria cristandade: a cruz de Cristo, sendo ela a própria cristandade: Assim, a centralidade da morte na doutrina cristã não se traduz em um lamento, ou numa dor. A doutrina cristã não comportaria ser mórbida, triste, seca. A visão da necrológica é a Cruz, contudo, essa Cruz, pela ressurreição; conduzirá aqueles que seguirem ao Evangelho de Cristo. A MORTE CATÓLICA Com a oficialização do cristianismo no século IV, a Igreja iniciou um processo de clericalização da morte. Nesse processo, ela realizou a transferência do sulco da morte, até então dirigido pelas famílias, para o seu controle e o controle do clero. Teria sido, pois a primeira interferência da Igreja sobre as práticas funerárias domesticadas da Antiguidade. Esse processo de clericalização abrangeu desde o período medieval até a época moderna, incluindo-se o contexto da Reforma Protestante. O resultado deste longo processo foi à afirmação de certas atitudes e concepção diante da morte, tais como: o uso de uma liturgia especifica para o momento da morte; a gerência dos rituais por parte do clero e das associações religiosas uma concepção atemorizada acerca do momento da morte e do postmortem (através do uso da chamada pedagogia do medo) etc. 8 Assim, tendo a Igreja sustentado sua doutrina em torno da morte e da ressurreição de Jesus Cristo como visão de salvação para a própria morte do cristão, faria acontecer uma concepção de fé inabalável em sua própria doutrina, pela qual, uma relação entre a crença na ressurreição e na vida eterna caminharia para a espiritualidade pessoal do cristão. Morrer bem é uma arte. Essa arte intensificou-se no final do século XII e início do século XIII, com o aparecimento da doutrina do purgatório, sustentada pela Igreja Católica Romana. Cujo conceito a Igreja desenvolveu para sustentar e demonstrar a misericórdia do Divino, que, por meio do sofrimento, prepararia as almas para um descanso eterno. Delumeau argumenta que ao tempo da Idade Média, “o fiel se sentia como um condenado [natural] à morte [sendo ele próprio] um futuro cidadão do inferno” (DELUMEAU, 2003:50) não seria, pois, muito difícil compreender que seria como a formulação de uma doutrina. A doutrina do medo. Esse medo como doutrina se constitui numa crença, através da qual o temor do fiel em relação ao fogo purgatorial seria “suavizado” através das peregrinações, das confissões auriculares junto a um clérigo, da devoção aos santos e principalmente ao culto à Virgem Maria - espécie de devocional se acentuaria com a doação às Igrejas, em escala angustiante e grandiosa de “boas obras” às quais seriam justificadoras do sentimento de culpa. Desse cenário asfixiante, os fiéis, mais do que buscavam refúgio e esperavam, na Igreja, o refrigério, o 9 verdadeiro antídoto para se obter a segurança contra os males da vida e da morte, paradoxalmente citado pela mesma. No entanto, “por vezes” o fiel se sentia sozinho como argumenta Delumeau. (DELUMEAU, 2003:68). Nesse sentido, a Igreja respondia que era necessário, ao fiel, obter indulgências, confessar e comungar. Mesmo assim, oferecendo tais benesses como uma forma de expressão e espiritualidade através das “boas obras”, essas, insistentemente valoradas pela Igreja como elemento necessário e indispensável deveria ser feita antes da hora derradeira. John Bossy acentua que a Igreja motivava os vivos a incluir ainda, a missa pelo sufrágio de seus mortos, o que permitiria aos que haviam sido privados de sua companhia cumprir, por meio de um processo adequado, suas obrigações para como a alma do defunto (BOSSY, 1985:44). Com a ascensão da burguesia e da participação dos leigos, um clima de insegurança maior teve inicio no seio dos dogmas da Igreja. Delumeau chamou a esse momento de “anarquismo cristão” que se caracterizava por um conceito próprio de valores para os quais os fiéis, já não os distinguiam. Nesse cenário, os temores e o desprestígio da Igreja se acentuam dentro de sua própria estrutura material distanciando-se das orientações espirituais. (DELUMEAU,1989:70). Alguns historiadores acentuam que esse momento imposto pelo humanismo renascentista fez aparecer um inquietante anseio, permitindo vir ao conhecimento geral 10 os diversos abusos cometidos pela Igreja, entre os quais, aqueles em que era exigida dos fiéis maior colaboração econômica. Formaram-se assim as indulgências como instrumento de salvação. Pierre Chaunu, ao analisar os gestos e a sensibilidade dos indivíduos em relação às indulgências, diz que como “esforço meritório, estaria destinado a um insucesso parcial”, no entanto por uma necessidade dos vivos, uma mediação ansiosa se faria em relação aos mortos e, concluindo, observa que se tratou de um “gesto propício que acalma o medo da morte e cura a ferida do luto” (CHAUNU,1975:20) o medo como pastoral seria traumatizante, e, assim, a presença de um intercessor faria possível acontecer entre os fiéis uma perfeita compreensão do momento da morte. CRÍTICA AO CATOLICISMO ROMANO E O SURGIMENTO DA REFORMA PROTESTANTE. Os temores e o desprestígio que a Igreja teria incorporado ao seu papel na orientação espiritual dos fiéis e principalmente a acentuação dos abusos praticados pela Igreja que, cada vez mais, exigia dos seus maiores colaborações econômicas como instrumento de salvação de suas almas, fez anunciar uma reforma. Essa reforma teria em princípio, caráter econômico. Marx diz que o mundo religioso seria apenas o reflexo do mundo real. 11 Contrariamente, Engels escreve que naquele momento nascia o capitalismo industrial e comercial, (DELUMEAU,1989:256) ao que Max Weber acentua chamando de forma predominante e acentuada de um protestantismo decorrente de fatores históricos, de resultados. (WEBER,2008:27). Acentuadamente, Delumeau sustenta sobre a Reforma que suas causas são contundentes no sentido da afirmação de doutrinas e não aquelas atribuídas inicialmente. Diz ele que a justificação pela fé, o sacerdócio universal, a inefabilidade apenas da Bíblia são argumentos preponderantes pelos quais os reformadores não teriam deixado a Igreja por simples questões de devassidão e impureza dogmática. O conjunto de acontecimentos, ou processo de mudanças dentro de uma crise que a Europa atravessava na segunda metade do século XVI. Para ele, o caráter da Reforma “teve o sentido de uma revolução social e religiosa” notada com entusiasmo por uma nova classe média, de base feudal e agrária que responderia com entusiasmo aos apelos reformadores. (DELUMEAU, 1989:253/62) Nesse sentido, aos 31 de outubro de 1517, seria difratado nos portais da abadia de Wittenberg, o pensamento do frade da Ordem dos eremitas agostinianos de nome Martinho Lutero, suas idéias e pensamentos arguindo os aspectos da morte, frente às indulgências como elemento de salvação das almas. 12 Para Lutero, a concepção de morte é decorrente do pecado. “A morte fica enorme e horrível porque a natureza medrosa e desanimada grava essa imagem funda demais e se mentem exageradamente diante dos olhos, mas pela fé o homem seria justificado dessa finitude, pela morte e ressurreição de Jesus Cristo”. A Reforma luterana não se constituía, pois, contra a Igreja de Roma, mas no debate das questões de fé modificadora de atitudes: No fim da vida, nenhum cristão deve duvidar de que não está sozinho quando morrer. Deve ter a certeza de que, como mostra o sacramento, muitos olhos o observam. Primeiro, os olhos do próprio Deus e de Cristo, porque o cristão crê na sua palavra e se agarra a seu sacramento. Depois, os queridos anjos, os santos e todos os cristãos. Não há dúvida de que, como mostra o sacramento do altar, todos veem como comum um só corpo, socorrer seus membros (Cf 1Co 12.26 – LUTERO,2000:10). Jean Delumeau explica que a tese luterana se explicaria como uma posição doutrinal, de que “só a fé salva e não as obras, sobre tudo as falsas boas obras” conseguidas à forma das indulgências que adormecem em uma falsa sagurança. (Delumeau,1989:89). Diante do que passaremos a analisar a concepção da morte entre os protestantes. A MORTE NA FE PROTESTANTE O protestantismo, em termos gerais, é identificador que se aplica às igrejas originárias de um movimento reformador que separou um grupo de indivíduos da Igreja Católica Romana, a partir do século XVI. Aquele grupo recebeu o referencial de reformadores por desafiar as 13 forças de mando da Igreja. Suas teses procuravam estabelecer outra ordem ao que consideravam desmandos eclesiásticos e também se preocupavam com a morte e o destino das almas, no caminho da salvação. Protestavam e se tornaram independentes, formando outras comunidades de cristãos. Essas novas Igrejas também cultivaram a busca pelo porvir, pela salvação; sendo que diferem dos romanos. No leito de morte, os protestantes já não fazem provisões para o repouso de suas almas através das “boas obras”, das indulgências, da prestação de promessas, das esmolas para os pobres ou de qualquer outro tipo de sufrágio. Os protestantes aceitam como norma de fé os termos incondicionais contidos no Antigo e Novo Testamento. Diante de uma visão de reino, de um renascimento. Edgar Morin chama de simplificada “quase uma postura agnóstica” não tratada nas Escrituras, mas que são perceptíveis através da leitura do kerigma pascal como disse Antonio Bentué. (MORIM, 1997;206/7 – BENTUE, 2002:126). O diferenciador entre as coisas anunciadas é observado, pois naquilo que entre os romanos e os protestantes seria conhecido como sufrágio. Se para os católicos romanos a busca de salvação de seus almas, se dá através da intercessão e pelas indulgências, como a indispensável intercessão dos santos e na crença em um purgo. Os protestantes contrários a rituais performativos 14 lembram seus falecidos e cuidam de suas almas através do que realizaram em vida. Por essa identidade os protestantes buscam em sua fé, e pela fé, a graça para uma vida eterna. Martinho Lutero, líder do pensamento reformado escreveu que a morte é uma despedida deste mundo sendo um fato na vida, conduzindo o homem através de uma porta muito estreita, apertada e, que poucos a encontram. (LUTERO, 2000:9) O argumento luterano é a tentativa em mostrar que a morte liberta o medo de que o caminho para a vida eterna seria o encontrar esse caminho que mesmo sendo estreito é imenso. A conquista desse lugar, segundo Marcos (Mc 9.23): “possível para aqueles que creem” Ao analisarmos até aqui, a trajetória dos protestantes em decorrência de suas diversas formas de interpretar as escrituras, observamos que embora coesas se apresentam sob diferentes exegeses na forma de dialogar com a Bíblia, no entanto, naquilo que diz respeito à morte e ao sepultamento há um pensar comum. Os protestantes, de modo geral, creem que a morte é, apenas, uma passagem para uma outra vida: a eterna. Uma síntese nessas considerações poder-se-ia conduzir ao entendimento de que para os protestantes o julgamento das pessoas ocorreria em vida. O profeta Isaias, usando o verbo - consolai - no plural diz que o Divino determina-se ao encorajamento dos arautos: “Consolai, consolai o meu povo” (Is 40.1) Qual seja o elo, há aliança perpétua, como conclui o profeta: “Buscai, (..) 15 enquanto se pode achar” (Is 55.6) possivelmente e, por essas razões, o protestante não aceita a reencarnação. VELÓRIO E ENTERROS O velório e o enterramento dos corpos entre os protestantes e os católicos observam alguns particulares. Os protestantes quando em velório, oram em função dos vivos e não dos mortos como fazem os católicos romanos. Não usam velas, e o ritual de enterramento é chamado de Liturgia para oficio fúnebre, o qual é conduzido por um pastor ou por um leigo, quando ausente o pastor. A participação da comunidade protestante é possivelmente a parte mais importante na Liturgia, visto que são feitas através da leitura de textos bíblicos e das orações espontâneas. Diferentemente dos católicos romanos, nenhum tipo de bênção é realizada à beira do túmulo ou ao corpo, Quando o corpo é sepultado em um cemitério, toda a comunidade o acompanha, e nos momentos derradeiros a família recita versículos bíblicos ou entoa cânticos, cabendo ao pastor palavras de despedida. Outrossim, na tradição protestante e católica, pode o corpo ser enterrado ou cremado. Na tradição dos católicos romanos, pode haver uma celebração para encomendar e abençoar o corpo, realizada pelo clérigo. Findo o sepultamento, e decorridos sete dias, um mês, um ano, etc, ocorre, na tradição católica a celebrações pela alma do morto. Entre os protestantes não se identifica qualquer tipo de celebração pelas almas, podendo, no entanto acontecer um Culto de gratidão, 16 chamado in memoriam. Ocasião em que a comunidade segue, no geral, as normas do Hinário [constituído de orações e cânticos] ou de um Livro de Liturgia, dependendo da comunidade. . Não tem sustentação letras que citam ser o protestante insensível aos seus defuntos. O fato de o protestante não ter como comum a visitação aos túmulos de seus falecidos não significa dizer que são indiferentes aos mortos. Contrariamente a pesquisa identificou nas lápides diversas formas de homenagens, sendo em maioria, citações bíblicas ou mensagem de gratidão a Deus. No Rio de Janeiro, no cemitério dos ingleses, foi identificado um mausoléu, fato não comum em cemitérios protestantes, no qual se destacou nas paredes da sepultura, um poema escrito pelo pai do falecido filho, no qual ele externa sua gratidão a Deus pela vida do filho e registra as virtudes, a piedade e o amor que aquele filho lhes deixara.

Sem comentários:

Enviar um comentário