Dentre as necessidades fisiológicas dormir é uma das principais e mais gostosas de que
necessitamos nesta vida, mas não é só isso. É muito mais que isto!
Quando temos uma noite de sono tranqüilo, reparador, despertamos alegres, bem dispostos
e devidamente aptos à faina de mais um dia. Contrariamente, uma noite mal dormida nos
predispõe a um dia cansativo e desanimador. E isto sem falarmos naquela noite fatídica em
que os pesadelos nos açoitam impiedosamente, fazendo-nos acordar aos gritos, com o corpo
todo trêmulo, suando frio, angustiados. O que nos levaria a essa experiência tão indesejável?
Por que tanta diversidade no ato de dormir e sonhar?... Por que tamanha influência em nosso
cotidiano?... Que motivos se esconderiam nos insondáveis mistérios da noite?...
A ciência sabe que o sono tem outras necessidades básicas além daquelas que comumente
se conhece, no entanto, ainda tateia nos campos intrínsecos e complexos do ato de dormir,
em suas inúmeras variedades e nas conseqüências que trazem à nossa saúde como um todo.
Abnegados e incansáveis os cientistas vão aos poucos desbravando o que o Espiritismo de há
muito nos ensina.
Na literatura Espírita temos respostas a essas e a inúmeras outras questões onde a ciência
ainda não conseguiu descortinar. No caso em questão essa literatura é muito vasta; Kardec no
item 400 e seguintes de “O Livro dos Espíritos” nos propicia o entendimento dessas questões
tão importantes quanto profundas.
Há quem diga que quando dormimos é como se estivéssemos mortos. Na verdade é isto
mesmo, porém, com uma grande diferença, pois quando dormimos nosso Espírito se
desprende parcialmente do corpo e quando morremos, ele o faz definitivamente.
É o que nos afirma o Espiritismo através de Kardec nas questões citadas. Neste livro
fascinante aprendemos que nosso Espírito pode, através do sono, viajar por outras esferas,
visitar pessoas – vivas ou não – a quem amamos ou detestamos, nos conectando ainda com
pessoas que estejam na mesma faixa vibratória – boas ou ruins – em que estivermos e, ainda,
receber conselhos sobre questões que nos afligem e até mesmo visualizar coisas que estão
por acontecer. Na maioria das vezes em que isto acontece não nos é possível a lembrança do
fato, no entanto, ao despertarmos pela manhã “inexplicavelmente” intuímos a solução que tanto
buscávamos. Outras vezes o esquecimento é ainda mais longo, porém seu efeito nada perde,
pois que no momento oportuno se fará presente sob forma de “inspiração de momento” e então
dizemos: “Eureka! Tive uma excelente idéia.”
Importante saber que o corpo deve, e precisa, ser respeitado na sua necessidade de
repouso, mas é igualmente importante saber que, com o Espírito é diferente. É bem o caso de
perguntarmos: Mas então o Espírito não descansa? E a resposta que lá encontramos se faz
clara como o dia: “Não, o Espírito jamais está inativo... Quando o corpo repousa, acredita-o,
tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra do passado e algumas
vezes prevê o futuro. Adquire maior potencialidade e pode pôr-se em comunicação com os
demais Espíritos, quer deste mundo, quer do outro...”
Há dias, entretanto, em que não sonhamos... Não é bem assim, é que nem sempre nos
lembramos de nossas “andanças noturnas”.
Na verdade, o sonho é a lembrança “possível” do que o Espírito viu e vivenciou durante
o sono. Então perguntamos: “Como se explica os sonhos esdrúxulos que por vezes nos
acometem?” É que nem sempre seria bom para nós a lembrança total de um sonho, bem por
Sono... Sonhos... Por que Tanta Importância?
isto a “providência” nos poupa, e os sonhos passam a ter sentido alegórico; ser representado
por símbolos de difícil entendimento ou sua incoerência ser resultado das lacunas intencionais
de que essa mesma “providência” usa em nosso benefício... “É como se a uma narração se
truncassem frases ou trechos ao acaso. Reunidos depois, os fragmentos restantes nenhuma
significação racional teriam.”
Nesta ciranda maravilhosa de dormir e sonhar, dizem-nos os Bons Espíritos que também
fazemos ou recebemos visitas de Espíritos de pessoas vivas, estejam onde estiverem – de
vez que para o Espírito as distâncias não existem – e que, através dessas confabulações
intercambiamos experiências sonhos e projetos, ajudando-nos mutuamente. Enfim, dormir
e sonhar é o continuar maravilhoso das inúmeras dádivas com que nos presenteia o Deus
Onipotente que nos criou para uma evolução a caminho da perfeição.
Doracy Mércia de Azevedo Mota
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