Provavelmente seja verdade. Registros populacionais da prefeitura de Nova York comprovam que, no dia 12 de setembro de 1654, 23 judeus saídos de Pernambuco desembarcaram na cidade, até então conhecida por Nova Amsterdã. Entre eles, famílias com crianças, o que indica que alguns já eram nascidos em terras brasileiras.
Eles foram os primeiros imigrantes a realmente se perpetuarem na cidade – antes, Nova Amsterdã servia apenas de entreposto comercial e abrigava temporariamente comerciantes e navegadores. Os brasileiros fundaram também a primeira colônia judaica em solo americano.
Para entender por que os judeus fugiram de Recife, melhor voltar para 1630, quando o local foi invadido pelos holandeses.
A FUGA RELIGIOSA
A tolerância flamenga com as práticas religiosas seduziu milhares de judeus a se mudarem de países católicos para lá. Mas, com a saída de Maurício de Nassau, ex-governador do chamado Brasil holandês, e o enfraquecimento das defesas holandesas (que já não recebiam tanto apoio financeiro e armamentista de Amsterdã), em 1654 os portugueses restauraram o poder na região. Restou a comunidade judaica fugir do Brasil.
O grupo que se dirigiu a Nova Amsterdã foi preso por espanhóis na Jamaica e só não foi entregue à Inquisição Católica porque a Holanda interveio. Já em Nova Amsterdã, o ex-governador francês, Pierre Stuyvesant, os proibiu de manter qualquer tipo de negócio e de praticar cultos judaicos, além de negar-lhes auxílio financeiro. Em 1664, quando o controle foi passado para os ingleses, que rebatizaram o local de Nova York, o grupo conseguiu liberdade religiosa e civil, construiu a Sinagoga Portuguesa e Espanhola, a primeira do país, e formou a futura elite financeira local.
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