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Perispírito

Por ter sido o termo criado pelo Espiritismo, ninguém melhor que Kardec para
o definir; perispírito (…) É o traço de união entre a vida corpórea e a vida
espiritual. É por seu intermédio que o espírito encarnado se acha em relação
contínua com os desencarnados; é, em suma, por seu intermédio, que se operam no
homem fenômenos especiais, cuja causa fundamental não se encontra na matéria
tangível e que, por essa razão, parecem sobrenaturais para alguns.

O perispírito é o órgão sensitivo do Espírito, por meio do qual este percebe
coisas espirituais que escapam aos sentidos corpóreos.

Vejamos algumas perguntas contidas em O Livro dos Espíritos:

93 – O Espírito propriamente dito tem alguma cobertura ou está, como
pretendem alguns, envolvido numa substância qualquer?

– O Espírito está revestido de uma substância vaporosa para os teus olhos,
mas ainda bem grosseira para nós; muito vaporosa, entretanto, para poder
elevar-se na atmosfera e se transportar para onde queira.

Assim como o germe de um fruto é envolvido pelo perisperma, da mesma forma o
Espírito propriamente dito está revestido de um envoltório que, por comparação,
pode-se chamar de perispírito.

94 – De onde o Espírito toma o seu invólucro semi-material ?

– Do fluido universal de cada globo. Por isso, ele não é o mesmo em todos
os mundos. Passando de um mundo para outro, o Espírito troca seu envoltório,
como mudais de roupa.

– Assim, quando os Espíritos que habitam mundos superiores vêm entre nós,
tomam um perispírito mais grosseiro?

– Já o dissemos: é preciso que eles se revistam da vossa matéria.

Do meio onde se encontra é que o espírito extrai o seu perispírito, isto é,
esse envoltório ele o forma dos fluidos ambientes do globo onde vai habitar.

A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de
adiantamento moral do espírito. Os espíritos inferiores não podem mudar de
envoltório a seu bel-prazer, pelo que não podem passar, a vontade, de um mundo
para o outro. Os espíritos que vão habitar um orbe, tiram daquele meio seus
perispíritos; porém, conforme mais ou menos depurado o espírito for, o
perispírito também se formará das partes mais puras encontradas no orbe, como
também se for deveras inferior formar-se-á das partes mais inferiores do orbe
onde habitará. O espírito produz, aí, sempre por comparação e não por
assimilação, o efeito de um reativo químico que atrai a si as moléculas que a
sua natureza pode assimilar.

Resulta disso um fato de muita importância: a constituição íntima do
perispírito não é idêntica em todos os espíritos encarnados ou desencarnados que
povoam a Terra ou espaço que a circunda. O mesmo já não se dá com o corpo
carnal.

Verificamos também que o progresso perispirítico de um espírito se modifica
com o progresso moral que este realiza em cada uma de suas reencarnações, embora
ele encarne no mesmo meio.

95 – O envoltório semi-material do Espírito tem formas determinadas e pode
ser perceptível?

– Sim; tem uma forma que o Espírito deseja, e é assim que ele se vos
apresenta algumas vezes, seja em sonho, seja em estado de vigília, podendo tomar
forma visível e mesmo palpável.

Esse laço a que os espíritos se reportam é o perispírito. Ele, também chamado
por Kardec de corpo fluídico dos Espíritos , é um dos mais importantes produtos
do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco de
inteligência ou alma. E continua: “já vimos que também o corpo carnal tem seu
princípio de origem nesse mesmo fluido condensado e transformado em matéria
tangível.

54. “Numerosas observações de fatos irrecusáveis, dos quais falaremos
mais tarde, conduziram a esta conseqüência de que há no homem três coisas: 1ª
alma ou Espírito, princípio inteligente em que reside o senso moral; 2ª o corpo,
envoltório grosseiro, material, do qual está temporariamente revestido para o
cumprimento de certos objetivos providenciais; 3ª o perispírito, envoltório
fluídico, semi-material, servindo de laço entre a alma e o corpo.

A morte é a destruição, ou melhor, a desagregação do envoltório grosseiro,
daquele que a alma abandona; o outro se separa e segue a alma que se encontra,
dessa maneira, sempre como um envoltório; este último, se bem que fluídico,
etéreo, vaporoso, invisível para nós em seu estado normal, não deixa de ser
matéria, embora, até o presente, não pudéssemos apanhá-la e submetê-la à
análise.

Este segundo envoltório da alma ou perispírito existe, pois, durante a
vida corporal; é o intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe,
aquele pelo qual o Espírito transmite sua vontade ao exterior e age sobre os
órgãos. Para nos servir de uma comparação material, é o fio elétrico condutor
que serve para a recepção e a transmissão do pensamento; é, enfim, esse agente
misterioso, inacessível, designado sob o nome de fluido nervoso, que desempenha
um grande papel na economia e do qual não de dá bastante conta nos fenômenos
fisiológicos e patológicos. A Medicina, não considerando senão o elemento
material ponderável, se priva, na apreciação dos fatos, de uma causa incessante,
de ação. Mas não é aqui o lugar de examinar essa questão; faremos somente notar
que o conhecimento do perispírito é a chave de uma multidão de problemas até
agora inexplicados”. (O Livro dos Médiuns)

Aura Humana

Somos conforme já
sabemos de natureza eletromagnética, e por isso possuímos um campo magnético
próprio, poderíamos até em formas didáticas, considerar como se fosse uma
lâmpada acesa, com um campo luminoso formado pelos fótons irradiados ao seu
redor.

Este campo, conforme dissemos, que se assemelha a uma lâmpada acesa, contém,
realmente, a irradiação luminosa de nossa individualidade espiritual, de nosso
próprio espírito, a refletir as irradiações de nosso corpo físico, de nosso
perispírito e de nosso corpo mental, de nossa identidade eterna, formando assim,
este conjunto que chamamos de AURA. Em síntese, são emanações de nossas células
orgânicas e de nosso perispírito em uma simbiose comandada por nossa onda
mental. Se localizarmos em rápidas palavras o envolvimento do perispírito sob o
corpo somático poderemos de uma forma mais profunda analisar estes detalhes:

Corpo (“Considerando-se toda célula em ação por unidade viva, qual
motor microscópico, em conexão com a usina mental, é claramente compreensível
que todas as agregações celulares emitam radiações e que essas radiações se
articulem, constituindo-se tecidos de forças” André Luiz, em Evolução em Dois
Mundos, p´g. 129)

Duplo etérico (“O perispírito ao se colar às organizações
somáticas, faz às expensas de zona energética bem definida, chamada o Duplo –
Etérico, 
cujas efusões, de mistura com aquelas da organização física,
determinam um halo energético em volta do corpo; halo este , de configuração
ovóide em seu todo, variável de indivíduo a indivíduo, não só com suas
expansões, mas também de múltipla coloração”- Jorge Andréa Psicologia Espírita
Vol II – 
parte do perispírito mais grosseira e próxima do corpo).
Reservatório de vitalidade, necessário, durante a vida física, à reposição de
energias gastas ou perdidas. Com a desencarnação, essa estrutura se desintegra
com a própria organização física, perdendo, pois, o perispírito, em grande parte
essa túnica de vitalidade, essencial para o equilíbrio Espírito-corpo.

O Duplo etérico forma-se com a encarnação do Espírito e não possui existência
própria como o perispírito, desintegrando-se com a morte física como dissemos
acima. É considerado o cerne da eletricidade biológica humana, por ter função de
absorver energias vitais do ambiente distribuindo-as eqüitativamente, envolvendo
órgãos e sistemas em eflúvios próprios, permitindo, inclusive, o diagnóstico
precoce de males que futuramente venham a acometer o indivíduo. Nos suicidas, o
duplo ainda pleno de energias vitais, permanece ligado ao perispírito e ao
cadáver fazendo com que o Espírito sinta uma espécie de repercussão daquilo que
está a ocorrer na matéria, ou seja, a decomposição provocada pelos vermos na
terra. Tudo indica, a propósito, que a carga de energia vital contida no duplo
condiciona, basicamente, a maior ou menor longevidade do ser humano. Entende-se
então, que os medianeiros curadores, em geral, e os aptos à produção de
fenômenos ectoplásmicos particularmente ostensivos, já trazem, em seu duplo
etérico, reserva maior de energia vital.

Compreendemos, também, como uma vida na carne pode, eventualmente, ser
prolongada, como nos mostram inúmeros relatos, bem conhecidos, aliás, dos
espíritas brasileiros. Em caso de prolongamento da vida física, por razões
evidentemente especiais, avaliadas pelos Espíritos Superiores, surge o
revigoramento fisiológico, graças a uma suplementação de recursos no duplo
etérico da pessoa contemplada com tal benefício. Existe uma relação muito
estreita do duplo etérico e o corpo físico, uma deficiência energética de um,
repercute no outro com nítida queda de vitalidade.

O fenômeno da insensibilização poderá ser lembrado aqui, pois, a
insensibilidade resultaria de um bloqueio induzido fisicamente, parcial ou não,
localizado ou não, na passagem da energia do duplo etérico para o corpo, com a
possibilidade inclusive, de um afrouxamento dos próprios liames perispirituais,
que, no caso de anestesia geral, poderia ate’favorecer o seu desprendimento.

Nos caso de materialização completa, um outro efeito se verifica nessa
circunstância quando por qualquer agressão ao corpo materializado repercute
imediatamente no corpo denso do médium doador de recursos ectoplásmicos, através
do duplo, chegando a produzir ferimentos no corpo do medianeiro. Pois o fluxo do
ectoplasma, do duplo etérico do médium doador ao psicossoma do Espírito em
materialização, revestindo-o e possibilitando-lhe expressão física. Efeitos
esses lembram os fenômenos de estigmatização, em que o duplo etérico do médium é
influenciado por tais ações mentais que a fisiologia se altera, tecidos podem se
romper, feridas aparecer e o sangue fluir (dermografia), para passado o momento
de influenciação, restabelecer-se o estado de normalidade.

Basicamente todos os fenômenos de efeitos físicos, definidos e muitos bem
definidos no compêndio kardeciano, por dependerem basicamente do ectoplasma,
guardam relação com o duplo etérico.

No desdobramento, visando a uma diminuição na sua densidade com conseqüente
aumento da velocidade e na mobilidade, o perispírito devolve ao físico, largas
cotas de energia com as quais se encontra impregnado quando justaposto a este,
tal qual um balão, que para alçar maior altitude desvencilha-se do lastro que o
torna lento.

Nos desdobramento em que se faz acompanhar do duplo etérico, ou eflúvios
vitais, o perispírito não consegue um afastamento maior da organização
terrestre, pois essa energia adensa um pouco mais o perispírito.

Perispírito ( Também com suas moléculas, condensador de emissões do
espírito para com o corpo, funcionando como uma esponja e verdadeiro
intermediário para com o corpo e o espírito de natureza eletromagnética).
Elaborado desde milhões de anos, nos laboratórios da natureza, o perispírito
herdou o automatismo permanente que o mantém atuante, transmitindo ao Espírito
as impressões dos sentidos e comunicando ao corpo as vontades deste. Graças a
este automatismo perispiritual, o homem não precisa programar-se ou pensar para
respirar, dormir, promover os efeitos digestivos, excretar, fazer circular o
sangue e os hormônios e um sem número de funções que lhe passam desapercebidas.

O corpo físico obedece ao automatismo perispirítico até mesmo quando o
perispírito se afasta. Aquele, formado célula a célula em invasão perispiritual,
entranha-se neste, unindo-se molécula a molécula, resultando de tal intimidade
completo intercambio, adaptação e aprendizagem perfeita, tal como se o físico
recebesse como herança perispirítica os automatismos que lhe são peculiares.

Por isso, nos desdobramentos, onde o complexo Espírito-perispírito se afasta
do corpo ficando a ele ligado por um laço fluídico, suas funções permanecem, sem
prejuízo da economia celular. O mesmo ocorre no coma, onde às vezes, por
milhares de dias, Espírito e perispírito podem estar distantes, mas não
desligados completamente com o físico animado à espera da volta de ambos.

Afirmamos ainda, que neste corpo se encontra a gênese patológica das mais
variadas enfermidades, que são drenadas para o físico, graças ao favorecimento
de uma sintonia com os microorganismos patogênicos, gerada por seu adensamento.

Alimentado pelo fluido vital o corpo permanece com suas funções celulares,
mesmo com a saída do Espírito, qual motor que fica ligado sem o operador estar
presente, embebecido pelo duplo etérico, que contem, ou melhor é formado por
eflúvios vitais na compensação e manutenção do organismo físico.

Todos os corpos da natureza, irradiam de si mesmos uma energia, pois todos
são em essência energia. Todavia o ser humano encarnado, por possuir
inteligência livre apresenta uma radiação mais variável possível e com uma
complexidade enorme. Semelhante projeção surge profundamente enriquecida e
modificada pelos fatores do pensamento contínuo que, em se ajustando às
emanações do campo celular, lhe modelam, em derredor da personalidade, o
conhecido corpo vital ou duplo etéreo.

Conforme Delanne em A Evolução Anímica, nos diz: ” Nos
primórdios da vida, o fluido perispiritual está misturado aos fluidos mais
grosseiros do mundo imponderável. Podemos compará-lo a uma vapor fuliginoso a
empanar as radiações da alma.”

A nossa aura, quando
equilibrada, saudável, brilhante, se constitui num escudo que poderá nos
defender das irradiações inferiores, como, por exemplo, pensamentos de inveja,
ciúme, vingança, ódio, etc. que estão contidos no espaço que nos circunda, em
forma de ondas mentais, já projetadas pelas irradiações de outros, prontas a
alimentarem poderosamente o nosso campo energético, se sintonizarmos com elas.

É ainda André Luiz que nos diz, em Seu Livro Evolução em Dois Mundos,
pág 129
 – ” A aura é, portanto a nossa plataforma onipresente em toda
comunicação com as rotas alheias, antecâmara do espírito, em todas as nossas
atividades de intercâmbio com a vida que nos rodeia, através da qual somos
vistos e examinados pelas inteligências Superiores, sentidos e reconhecidos
pelos nossos afins, e temidos e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos
que caminham em posição inferior à nossa.

Isso porque exteriorizamos, de maneira invariável, o reflexo de nós mesmos,
nos contatos de pensamentos a pensamentos, sem necessidade das palavras para as
simpatias ou repulsões fundamentais”.

Esclarece ainda, no mesmo livro – ” É por essa couraça vibratória, espécie de
carapaça fluídica, em que cada consciência constrói o seu ninho ideal, que
começaram todos os serviços da mediunidade na Terra, considerando-se a
mediunidade como atributo do homem encarnado para corresponder-se com os homens
liberados do corpo físico”.

Poderemos verificar acima que, refletimos o que sentimos e pensamos em nós
mesmos e é essa aura que nos apresenta como verdadeiramente somos.
Principalmente refortificando um ditado – a raiva é um veneno que tomamos
e esperamos que outros morram
, ou seja, esta mesma raiva ficará
impregnada em nós transparecendo aquilo que sentimos e afetando principalmente o
nosso próprio tônus vibratório.

É um campo resultante de emanações de natureza eletromagnética, a envolver
todo o ser humano, encarnado ou desencarnado. Reflete, não só sua realidade
evolutiva, seu padrão psíquico, como sua situação emocional e o estado físico,
espelha, pois, o ser integral: alma-perispírito- duplo etérico- corpo e no
desencarnado: Espírito – perispírito.

A nossa desarmonia íntima provoca uma alteração sensível na aura, no ponto
correspondente à situação do órgão ou região desarmonizada. Assim é que a aura
poderá apresentar pontos frágeis e doentes que, com intervenção magnética
poderão ser corrigidos. É também por essas descontinuidades de nossa aura
desarmonizada que espíritos malfazejos podem alcançar o nosso perispírito e
provocar, desarmonia que, como vimos vai gerar perturbações e esta a doença
(vide figura).

Funções do Perispírito

Bem como já sabemos, é uma expressão criada por Allan Kardec para designar o
envoltório fluídico semimaterial do espírito, definido inicialmente de maneira
muito simples como laço fluídico mas que, na verdade, exerce papéis de
fundamentais importâncias na estrutura orgânica e no intercâmbio com as forças
invisíveis.

André Luiz, em seu Livro intitulado Evolução em dois Mundos,
nos apresenta importantes informações acerca das funções do perispírito,
iniciando por dizer que este “não é um reflexo do corpo físico, porque em
realidade, o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, e o corpo
espiritual, retrata em si o corpo mental que lhe preside a formação. Do ponto de
vista da constituição e função em que se caracteriza na esfera imediata ao
trabalho do homem, após a morte, é o corpo espiritual o veículo físico por
excelência, com sua estrutura eletromagnética.

Claro está portanto, que ele é santuário vivo em que a consciência imortal
prossegue em manifestação incessante, além do sepulcro, formação sutil, urdida
de recursos dinâmicos, extremamente poroso e plástica.

Allan Kardec em A Gênese Cap. XI, nos assevera que; “Pela sua
essência espiritual, o Espírito é um ser indefinido, abstrato, que não pode ter
ação direta sobre a matéria, sendo-lhe indispensável um intermediário, que é o
envoltório fluídico, o qual, de certo modo, faz parte integrante dele. Tomado
ainda, as palavras de André Luiz, tiradas do livro supracitado, “o corpo
espiritual preside no campo físico a todas as atividades nervosas, resultantes
da entrosagem de sinergias funcionais diversas pois, do enunciando por Kardec, o
espírito administra a formação do perispírito, apropriando-o às suas novas
necessidades”, entre as quais podemos inserir: de arquivos das memórias
biológicas; de modelador da organização fisiobiológica; de forma reflexa dos
arquivos pretéritos.

Notemos ainda a expressão espírito propriamente dito. No comum das vezes,
consideramos espírito e perispírito como um todo.

Neste breve estudo do perispírito, é bom também não confundirmos o mesmo com
o fluido vital, embora resultem um e outro de transformações do Plasma ou Fluido
Cósmico Universal, substrato material ou substância matriz, em sua forma mais
primitiva. O fluido vital, de que se pode estar mais ou menos saturado, mais ou
menos carente, absorvível e transferível de um indivíduo ao outro, responsável
pela vitalidade dos órgãos, não é propriamente um elemento constitutivo do ser,
mas o fruto do próprio dinamismo orgânico, que por sua vez alimenta. Diríamos
então, e isto é elementar, todavia é sempre muito válido relembrar, que o homem
é um grande composto formado de

corpo (animado pelo princípio vital)

alma (espírito no estado de encarnado)

perispírito (agente de intermediação).

Diante das variadas informações contidas nas Obras Básicas codificadas por
Kardec, a respeito da mediunidade, não se pode entender a fenomenologia
mediúnica sem a presença do perispírito. Ele representará sempre o campo por
onde o fenômeno se instala e onde as diversas operações se realizam.

Deste modo, o trabalho mediúnico, com todas as suas diversidades, estará na
dependência da interferência do perispírito; este sempre atrelado ao terreno
físico, no caso dos encarnados, às expensas da região energética do
duplo-etérico. Nesta acoplagem três regiões estarão envolvidas: Perispírito,
Duplo-etérico, e corpo físico, conforme acima dissemos.

A maior ou menor sensibilidade mediúnica, seguramente estaria na dependência
do modo pelo qual o perispírito acopla-se na zona física. Quanto mais atado à
matéria menor será a sensibilidade mediúnica. No desacoplamento do perispírito
em relação ao corpo, o campo perceptivo se alarga e o médium participará de
percepções que transcendem os conhecidos cinco sentidos. O perispírito, quando
atrelado ao corpo somático, é como se sofresse uma espécie de absorção,
abafamento do campo energético, limitado, como nos diz Jorge Andréa (Psicologia
Espírita Vol. II), a sua influência à zona consciente, e os fluidos
densificados da matéria física.

Quando os campos energéticos do perispírito e, naturalmente, boa parte do
duplo-etérico se desentrelam do corpo material, diante de certas condições de
específica sensibilidade, ainda mais com maior ou menor facilidade, permitem o
desenvolvimento das conhecidas projeções espirituais, perfeitamente enquadradas
nos processos de mediunidade. Diante disso, as energias espirituais do homem
projetam-se procurando seus afins e que, pelos exercícios repetitivos, vão se
tornando cada vez mais freqüentes, a ponto também de serem transferidos para o
estado de vigília.

Plasmamos seguramente em nosso próprio ser, representado pela agregação de
perispírito/Duplo-etérico/Corpo físico (Aura), o que realmente somos e com quem
poderemos sintonizar, tanto emitindo, como também recebendo energias do mesmo
padrão vibratório, ou seja, afins. Nesta simbiose, natural das coisas vamos
começando a entender e avaliando os passes magnéticos, as simpatias e as
antipatias inexplicáveis doações outras, de uma fonte para a outra, ligadas a
imensos fatores, mais especificamente o objeto de nosso estudo que é o passe,
quando o paciente recebe na posição de verdadeiro receptivo as vibrações
positivas do passista harmonizado, incentivando assim, o restabelecimento do
mesmo.

Todavia, a melhora deste reflexo que somos todos nós de nós mesmos, deverá
ser paulatinamente mudado, melhorando os comportamentos e pensamentos, daí ser
imprescindível a busca da moralização do ser.

Ao dizermos que o perispírito tem natureza fluídica, etérea, poderemos neste
particular especificar melhor: mais ou menos etérea, na conformidade desses
mundos habitados e na dependência, em cada um deles, da depuração maior ou menor
dos respectivos espíritos ou das inteligências a que servem de base espiritual.

E ele próprio se densifica na medida em que se relaciona mais estreitamente
com a constituição fisiológica, orgânica, neuronial.

De uma forma bastante simplória, diríamos: o espírito quer, o perispírito
transmite e o corpo executa, sobressaindo, claramente neste particular a
característica de intermediário conhecida por todos nós.

“O espírito é o ser inteligente e sensível, então é o perispírito que
transmite as sensações do corpo ao espírito e deste as respostas à organização
somática, valendo-se é bem verdade, do riquíssimo sistema de transmissões de
estrutura neuronial, o nosso sistema nervoso”. (Alberto de Souza Rocha – Além
da Matéria Densa
).

O desconhecimento do perispírito ou a não aceitação de sua existência
dificulta ao homem conceber, imaginar o espírito, senão como algo abstrato,
impreciso (“imaterial não é bem o termo; incorpóreo seria mais exato”-
questão 82 de “O Livro dos Espíritos
).

A idéia do homem trino é muito antiga. A religião judaica e com ela outras
tantas consideravam no homem corpo, alma e espírito, que os judeus chamavam
respectivamente neshamah, nefesh e huach.

O próprio Kardec, antes de conceituar alma, para efeito de suas
considerações, mencionou esses diferentes conceitos da palavra.

Kardec afirma em O Livro dos Médiuns, 2º parte, Cap. I – 58 – “A
natureza íntima do Espírito propriamente dito, ou seja, do ser pensante, é para
nós inteiramente desconhecida
” e continua “Ele se nos revela pelos seus
atos e esses atos só podem tocar os nosso sentidos por um intermediário
material”.

Em qualquer de seus graus o Espírito está sempre revestido de um
invólucro ou perispírito, cuja natureza se eteriza à medida em que ele se
purifica e se eleva na hierarquia
” (O Livro dos Médiuns, 2º parte,
Cap. I – 55
)

Estudos desenvolvidos por autores tanto de nosso plano material e do plano
espiritual, já com bastante propriedade e nitidez, idetificam certas
propriedades e qualidades do perispírito, podendo ser assim catalogadas:
plasticidade, densidade, ponderabilidade,luminosidade, penetrabilidade,
visibilidade, tangibilidade, sensibilidade global, sensibilidade magnética,
expansibilidade, biocorpereidade, unicidade, perenidade, mutabilidade,
capacidade refletora, odor, temperatura.

Assinalaremos abaixo um pequeno resuma de cada uma delas para poder assim
compreender melhor as capacidades de nossas próprias potencialidades, todavia
estudo mais profundo poderá ser encontrado em outras belíssimas obras e em outra
que também colocaremos a disposição dentro em breve.

Plasticidade – O perispírito sendo o espelho da alma e eterno extensão
da mente, molda-se de acordo com seu comando plastizante, pois como já dissemos
é formado também por fluidos ainda que não sejam totalmente eterizados, também
não são totalmente materiais. De fato o corpo espiritual mostra um extremo poder
plástico, como assinala EMMANUEL, adaptando-se automaticamente às ordens mentais
que brotam continuadamente da alma. Forma essa que assume, pode, às vezes, e em
certos limites, dizer muito a capacidade do próprio ser em intelectualidade, com
o desenvolvimento da vontade, com o treino mental próprio, enfim,
independentemente do aperfeiçoamento moral. O crescimento intelectual da
criatura, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências de
mentes perversas. Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas
falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da
perturbação e da crueldade, com espetaculares recursos de modificação nos
aspectos em que se exprimem para causar suas influencias malévolas.

Tal fato, também poderá explicar o rejuvenescimento que experimentam os
Espíritos desencanados, conscientes de seu estado. Mesmo tendo desencarnado com
idade física avançada, sentindo-se mais jovens, apresentam-se com tal,
totalmente livre dos condicionamentos humanos do corpo físico, o espírito humano
não sofre o envelhecimento corporal, assim como não morre. Quando se manifestam
envelhecidos, o fazem artificialmente por poder mental, para a comprovação de
sua identidade terrena, quando ainda estava encarnado.

Contudo, tal possibilidade de alterar a indumentária perispiritual é limitada
ao padrão evolutivo, intrínseco a cada alma. A depender em profundidade de sua,
poderíamos dizer, “organização interna”, emocional. Pois, muitas vezes o
espírito mergulha em tão severo desequilíbrio afetivo que, imerso em um
monoideísmo avassalador, chega a entrar em processo de retração das tessituras
perispirituais, comprometendo assim, dolorosamente suas funções e
potencialidades. Poderíamos aqui falar dos casos de zoantropia (capacidade
ideoplástica em feições animalescas que o perispírito se reveste, devido às
condições mentais dos Espíritos envolvidos em tal processo, passando por enormes
transformações morfológicas do veículo perispiritual, porquanto, os órgãos
psicossomáticos retraídos, por falta de funções benéficas, assemelham-se a
ovóides. É essa propriedade do perispírito que explica diversas manifestações
que ocorrem tanto na dimensão espiritual, como física, dentre os quais,
adaptação perispiritual, comumente utilizada pelos Espíritos Superiores, os
quais, alteram a forma de sus corpos espirituais, reduzindo a própria
luminosidade e assumindo aspectos que possam com as regiões e as almas que
merecem seus serviços socorristas, moldando dessa forma, suas condições
vibracionais. O contrário ocorre com aqueles Espíritos que envolvidos com o mal
são socorridos e necessitam de uma modificação ou minorização de suas
dificuldades para serem melhor atendidos, nesse caso, sendo o Espírito ainda
incapaz de modificar seu tônus vibratório, Mentes Superiores, ostentam um alto
poder, que possibilitam maiores operações de adaptação plástica.

Já nos processos reencarnatórios, o perispírito em um processo de modelagem,
molda a organização física, informam os Mestres Espirituais, que aproximando o
momento da reencarnação, o Espírito reencarnante, comumente, entra em gradativo
processo de redução psicossômica, o qual acontece simultaneamente com a
diminuição da consciência de si, então, até nos processos acima citados o
perispírito demonstra seu poder de plasticidade.

Densidade – Como dissemos no início, o perispírito é formado também
por fluidos ainda que não sejam totalmente eterizados, também não são totalmente
materiais. E não deixando de ser matéria, ainda que quintessenciado, e como tal
apresenta em si uma densidade, que se relaciona com o grau de evolução da alma.

A variedade de densidade do perispírito varia também de indivíduo para
indivíduo, em Espíritos Moralmente adiantados, é mais sutil e se aproxima da dos
Espíritos Elevados; nos espíritos inferiores, ao contrário, aproxima-se da
matéria e é o que faz os Espíritos inferiores de baixa condição conservam por
muito tempo as ilusões da vida terrestre. A densidade psicossômica varia, de
acordo com a evolução do Espírito, ditando, então, seu peso e, também, sua
luminosidade, pois quanto menor a densidade do perispírito, menor seu peso e
maior a luminosidade.

Ponderabilidade – Sob os aspectos físicos a matéria sutil, o corpo
espiritual, em si, não apresentaria um peso possível de ser detectado por meio
de qualquer instrumentação até agora conhecida.

Não obstante, na dimensão espiritual, cada organização perispirítica tem seu
peso específico, que varia de acordo com sua densidade, ditada, sobretudo, como
visto, pelo estado de moralidade do Espírito. Nossa posição determina o peso
específico do nosso envoltório espiritual e, conseqüentemente, o habitat que lhe
compete. Significa que, embora possa parecer fisicamente imponderável – porque
não é matéria densa -, não deixa de apresentar certo peso, variável em cada
região ou esfera, visto que, de qualquer forma, sendo matéria, ainda que tênue,
submete-se aos princípios gravitacionais imperantes no meio em que se situa e do
qual se nutre.

Luminosidade – Como muitas outras características assim como a
luminosidade, também desponta como característica particular de cada Espírito e
seus condicionamentos morais evolutivos. A intensidade da Luz está na razão da
pureza do Espírito: as menores imperfeições morais atenuam e enfraquecem a
condição de luminosidade do Espírito. Sabemos que quando o Espírito mais evolui,
mais etérea e pura transforma-se naturalmente sua condição vibracional
energética, e sabendo que energia em diversos níveis vibracionais ou velocidade
de movimento, produzem luminosidade a depender da freqüência em que se encontram
operando, quando mais evoluído a entidade maior freqüência vibracional e por
conseguinte maior luminosidade e tanto menos evoluído a criatura, menor
freqüência vibracional e luminosidade.

A luz irradiada por um Espírito será, tanto mais viva, quanto maior o seu
adiantamento. Assim, sendo o Espírito, de alguma sorte, é o seu próprio farol
luminescente, verá proporcionalmente à intensidade da luz que produz, do que
resulta que os Espíritos que não a produzem em grande capacidade acham-se na
obscuridade.

Note-se que a luz espiritual nada tem com a luz conhecida em Física –
radiação eletromagnética, pois, luz emitida por fontes como lâmpada fluorescente
ou de mercúrio, por exemplo, chega a parecer, diante de uma presença espiritual
superior, mera claridade emitida por uma vela.

Penetrabilidade – Volvendo nossa atenções a natureza etérea do
perispírito que permite ao Espírito, caso presente as necessárias condições
mentais, atravessar qualquer barreira física, pois matéria alguma lhe opões
obstáculo, ele atravessa todos, assim como a luz atravessa os corpos
transparentes. Todavia, verifiquemos que existem Espíritos que não conseguem
atravessar alguns obstáculos, pelo simples motivo de não saberem que podem
fazê-lo. A ignorância ou até mesmo a incerteza diminuem suas aptidões e
potenciais, e, conseqüentemente seu poder de ação nas mais diversas áreas.
“Todos os corpos são porosos; não se tocando, suas moléculas podem dar passagem
a um corpo estranho. Os acadêmicos de Florença tinham demonstrado este ponto,
fazendo violenta pressão sobre a água encerrada em uma esfera de ouro; ao fim de
pouco tempo via-se o líquido transudar por pequenas gotas, na superfície da
esfera. Verificamos, por esses diferentes exemplos, qual a matéria pode
atravessar a matéria. É preciso empregar a pressão ou calor para dilatar as
substâncias que se quer fazer atravessar outras. Isso é possível e necessário,
porque as moléculas do corpo que atravessa, não adquirindo o grau suficiente de
dilatação, ficam encerradas uma contras as outras. Mas, se pusermos um estado da
matéria em que as moléculas sejam muito menos aproximadas e eminentemente
tênues, poderá ela atravessar toas as substâncias, sem necessidade de
manipulação. É o que acontece com o perispírito que, formado de moléculas menos
condensadas que a matéria que conhecemos, não pode ser detido por nenhum
Obstáculo”. (Gabriel DELANNE)

Compreensível, assim, a inexistência de barreiras físicas para o espírito
fato que, como visto, poderia ser explicado pelo princípio da porosidade,
observável em toda estrutura material, embora, nos dias atuais, também possa ser
entendido pelo princípio da incompatibilidade de freqüências, segundo o qual,
por exemplo, um raio luminoso azul e outro amarelo, ainda que se incidirem,
simultaneamente, sobre uma superfície branca, façam com que esta se torne verde
-, se se cruzarem, interpenetrando-se, não mostrarão qualquer alteração,
permanecendo, cada qual em sua freqüência e com sua coloração.

Assim como um raio laser odontológico, sendo direcionado num nervo, atuará de
forma indolor, porque este vibrará em freqüência diferente da do laser, assim, o
perispírito, vibrando em certa freqüência, não se afetando pelos obstáculos
materiais, de natureza mais densa e, conseqüentemente, de vibração diferente,
porque de freqüência menor. Outro tema parece crescer em complexidade, que
quando se cogita a passagem do Espírito através do corpo de um encarnado e seu
perispírito, conforme já se vê na literatura Espírita. Nessa linha, por extensão
de raciocínio, pode-se admitir que, quando encarnado, o espírito se acopla ao
corpo somático adquirindo sua gama de freqüência, o que explicaria o fato de o
espírito desencarnado atravessar o encarnado sem incompatibilidades de
interpenetração, que ocorreria se ambos estivessem volitando no mesmo domínio.
Vejamos que ainda aqui, há diferenças de freqüências vibracionais.

Visibilidade – Aos olhos físicos o perispírito é totalmente invisível,
todavia não o é para os Espíritos, nos casos dos menos evoluídos só percebem os
seus pares, captando-lhes o aspecto geral. Já os Espíritos Superiores, podem
perscrutar a intimidade perispiritual de desencarnados de menor grau de
elevação, bem como a dos encarnados, observando-lhes as desarmonias e as
necessidades. Mostram-no bem, por exemplo, os trabalhos de esclarecimento
espiritual, em que os Espíritos Superiores responsáveis revelam, por meio dos
dialogadores encarnados, a realidade do sofredor conduzindo ao entendimento,
auscultado seu perispírito,e, também, as sessões de cura, em que os médicos
espirituais detectam os sinais patológicos presentes no psicossoma do enfermo.
Finalmente, quanto à possibilidade de alguns médiuns videntes verem o
perispírito, muito raro são os que, em verdade, possuem as necessárias condições
para distingui-lo, ainda, que eventualmente, entre as projeções que formam a
aura.

Tangibilidade – Sendo o perispírito também matéria, poderá com o
devido apoio ectoplásmico, tornar-se materialmente tangível, no todo ou em
parte. Sendo também esse fenômeno, chama do de teleplastia, onde o perispírito
do desencarnado ou até mesmo do encarnado, envolve-se por assim dizer com as
condições energéticas do ambiente e de algum médium capaz de emprestar recursos
energéticos através do duplo etérico, fomentando matéria necessária para
revestir o perispírito na energia necessária para o aparecimento.

“Sob a influência de certos médiuns, tem-se visto aparecerem mãos com todas
as propriedades de mãos vivas, que, como estas, denotam calor, podem ser
apalpadas, oferecem a resistência de uma corpo sólido, agarram os circunstantes
e, de súbito, se dissipam, quais sombras.” (Allan Kardec em o Livro dos Médiuns,
cap I, II Parte, n. 57)

Sensibilidade Global – Quando encarnado o Espírito registra impressões
exteriores por meio de vias especializadas identificadas no corpo somático e que
compõem os órgãos dos sentidos, sem o corpo físico, sua capacidade de perceber
amplia-se extraordinariamente, pois livre das peias somáticas, a percepção do
meio que o envolve já não depende dos canais nervosos materiais, acontecendo
como um registro global do perispírito, ou seja, uma percepção, que o Espírito
realiza com todo o seu ser. Assim, vê, ouve, sente, enfim, com o corpo
espiritual inteiro, uma vez em que as sedes dos sentidos não se encontram numa
localização específica e limitada, que se observa no estado de encarnação, os
sentidos e capacidades ampliam-se.

Neste capítulo, ganham destaques os fenômenos chamados por nós de –
transposição de sentidos – , que mostram a possibilidade de algumas pessoas mais
sensíveis, perceberem os estímulos por vias físicas totalmente impróprias para
isso, explicando, assim, que a sensibilidade global do perispírito pode
exteriorizar-se mesmo estando o Espírito encarnado, ainda que em casos
excepcionais.

Sensibilidade Magnética – Sendo o perispírito um campo de força que é,
a sustentar uma estrutura semimaterial, apresenta-se impressionável pela ação
magnética, pois sendo ele mesmo uma criação vibratória do Espírito. Sabemos que
somos criados pela mesma matéria, no seu sentido original e, essa matéria que em
diferentes estados dá origem a tudo, é energia pura, e sendo o perispírito
também oriundo dessa matéria que é o Fluido Cósmico Universal ( FCU ), torna-se
o Espírito suscetível às influências da energia ambiental que o envolve (psicosfera)
e é essa propriedade que lhe permite absorver, assimilar e, também transmitir a
energia espiritual que capta ou recebe. A exemplo disso, temos o precioso
processo do passe: o Espírito, acumulando energias e estimulando a sensibilidade
do médium, conjuga suas forças com a deste, psíquicas e vitais, para a
transmissão dos recursos de cura.

Expansibilidade – Já nos diz Kardec em O Livro do Espíritos na questão
400 – que o “Espírito aspira incessantemente a libertação.”

O perispírito pode, entretanto, conforme suas condições, expandir-se,
aumentando, inclusive, o campo de percepção sensorial. É a expansibilidade do
perispírito que faculta, a processo de emancipação da alma. Expandindo-se, o
perispírito pode chegar a um estado inicial de desprendimento, em que a
percepção se torna acentuadamente mais aguda, podendo, a partir daí, se for o
caso, evoluir para o desdobramento, a envolver, uma outra propriedade do
perispírito, que é a biocorporeidade.

A expansibilidade perispirítica, aliás, está na base dos principais processos
mediúnico; haja vista, por exemplo, que ‘a exteriorização do psicossoma que
permite ao vidente a captação da realidade espiritual e que, também, graças a
essa propriedade, é que se torna possível o contato perispírito a perispírito,
que marca o fenômeno chamado de incorporação, seja psicofonia ou psicografia.

Biocorporeidade – Termos este criado pelo grande codificador Kardec,
relacionando-o ao fenômeno de desdobramento, embora, de certa forma, expressão
mais adiantada da expansibilidade, define-se, particularmente, como notável
faculdade do perispírito, que possibilita, em condições especiais, o seu
desdobramento, poderíamos dizer com muita cautela “fazer-se em dois”, no mesmo
lugar ou em lugares diferentes. Processo que ainda chegaremos a descobrir com
mais claridade, mas graças a essa propriedade, o perispírito pode apresentar-se
biocorpóreo, ou seja, com um corpo, de igual ao físico da atualidade, fluídico,
com maior ou menor densidade, mas suscetível de ser visto e, até tocado, como
sói acontecer em muitos casos.

Fenômeno absolutamente natural, nos dizeres de Kardec: “tal fenômeno, como
todos os outros, se compreende na ordem dos fenômenos naturais, pois que decorre
das propriedades do perispírito e de uma lei natural.”( Obras Póstumas, pp. 56 e
57).

Unicidade – A estrutura perispirítica, como reflexo da alma que é, não
é igual a outros perispíritos, como a rigor não existem almas idênticas.

Obviamente, no decorrer do processo evolutivo diminuem as diferenças e cresce
a harmonização entre as almas, sem que entretanto a individualidade, deixe de
ser preservada.

“A idéia do grande todo não implica, necessariamente, a fusão dos seres em um
só. Um soldado que volta ao seu regimento, entra em um todo coletivo, mas não
deixa, por isso, de conservar sua individualidade. O mesmo se dá com as almas
que entram no mundo dos espíritos, que para elas é, igualmente um todo coletivo:
o todo universal.” (Kardec, Allan. Iniciação Espírita. 13 Ed., Sobradinho, DF:
Edicel, 1995, p 213. Trad. Caibar Schutel)

Nessa direção, registrado esta em O Livro dos Espíritos nas questões 149 a
152, mostrando que a alma sempre conserva sua individualidade, a refletir em seu
perispírito.

Mutabilidade – O perispírito, no decorrer do processo evolutivo, se
não é suscetível de modificar-se no que se refere à sua substância, o é com
relação à sua estrutura íntima e forma. Sabemos que, por meio da ação
plastizante, pode o Espírito mudar, por exemplo, seu aspecto, porém, tal
fenômeno envolve, apenas, modificação transitória e superficial, sustentada
transitoriamente pela mente.

Desde as formas dos seres antigos, até o homem e o anjo, uma longa escala é
percorrida. E quanto mais progride a alma, através das sucessivas
transformações, mais apurado vai se tornando seu veículo espiritual e,
conseqüentemente, mais delicada a sua forma.

Poder-se-ia assentar que o desenvolvimento do perispírito, através dos
milênios incontáveis, passa, como formação rudimentar, pelo estágio vegetal,
viaja pelo reino animal, como uma proto-estrutura psicossômica, chegando, então,
à dimensão hominal como veículo elaborado, sensível e complexo, a refletir as
próprias condições da alma que surge vitoriosa, tocada pelo Pensamento Divino.

O tempo, pois, constrói, com a evolução da alma, neste e em outros mundos, a
própria eterização do perispírito. O item 186 de O Livro dos Espíritos, nos
esclarece a respeito da condição do perispírito mais aperfeiçoado que chega a
confundir-se com a própria alma, como segue:

“Haverá mundos onde o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, sé
tenha por envoltório o perispírito?”.

– “Há e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não
existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.”

Capacidade Refletora – O corpo espiritual, extensão da alma que é,
reflete contínua e instantaneamente os estados mentais.

O perispírito, é suscetível de refletir, a glória ou viciação da mente. Por
isso, a atividade mental nos marca o perispírito, identificando nossa real
posição evolutiva.

Todo pensamento encontra imediata ressonância na delicada tessitura
perispiritual, produzindo dois tipos de efeitos: 1) gera na aura a sua imagem,
conhecida hoje, como forma-pensamento – variável, de acordo com a carga
emocional, inclusive sob o aspecto cromático, como demonstram técnicas e
testemunhos incontestáveis e, também, na 2) dimensão física, influindo na
fisiologia dos centros vitais, repercute nos sistemas nervoso, endócrino,
sangüíneo, e demais vias de sustentação do edifício celular, marcando-lhe o
desempenho regular ou não, na economia vital.

Odor – O perispírito, a refletir-se na aura, caracteriza-se, também
por odor particular, facilmente perceptível pelos Espíritos.

Contém a literatura mediúnica, com particularidade , as obras de ANDRÉ LUIZ,
descrição de regiões infestadas de miasmas pestilentos, a exalarem odores tão
fétidos que se tornam quase insuportáveis para os Espíritos mais sensíveis. Tais
odores brotariam da podridão fluídica características desses ambientes e, ao que
se sabe, dos próprios perispíritos de seus habitantes. Todas as criaturas vivem
cercadas pelo seu próprio halo vital das energias que lhes vibram no íntimo do
ser e esse halo é constituído por partículas de força a se irradiarem por todos
os lados e direções de si para o ambiente, impressionando-nos o olfato, de modo
agradável ou desagradável, segundo a natureza do indivíduo que as irradia, cada
criatura se caracteriza pela vibração, exalação que lhe é peculiar, aqui e em
todos os mundos.

Alguns trabalhos, no campo do labor mediúnico e da fluidoterapia, que, no
decorrer médiuns chegam a captar odores, agradáveis ou não, indicativos,
inclusive, da evolução dos Espíritos presentes. Odores esses que não se
confundem com aqueles oriundos da manipulação ectoplásmica e que chegam a
impressionar uma assistência por inteiro, característica essa que nós mesmos já
experimentamos na presença de Dr. Bezerra de Menezes, em momentos de suas
comunicações.

Temperatura – Como, no desenvolvimento da atividade mediúnica, certos
médiuns registram, por exemplo, uma espécie de gélido torpor, com a avizinhação
de alguma alma sofredora, ou, ao contrário, uma cálida sensação de bem-estar,
quando da aproximação de um Espírito superior, é lícito cogitar-se da
possibilidade de que o Espírito também mostre através de seu perispírito uma
espécie de temperatura própria, relacionada, naturalmente, com o grau de
evolução do Espírito.

Trata-se com certeza de tema que nos trará num futuro breve maiores detalhes
a respeito das mais variadas funções do perispírito.

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