Autor: Emmanuel (espírito)
Na experiência terrestre, surge sempre um instante em que indagamos de nós
mesmos em que ponto nos achamos, quanto ao desajuste espiritual; e, se não
estamos afundados em plena desarmonia, muitas vezes identificamo-nos em
perturbação evidente. Isso porque, observado o princípio de que ninguém existe
absolutamente impassível, temos a vida sentimental permanentemente ameaçada por
desafios exteriores, em forma de episódios ou informes desagradáveis que se nos
erigem por medida de equilíbrio e resistência, na luta moral que somos chamados a
travar, na área de nossas atividades, em favor do próprio burilamento.
Se à frente desse ou daquele sucesso menos feliz, costumamos esquecer,
sistematicamante, paciência e conformação, entendimento e serenidade, então é
preciso estabelecer o intervalo para reflexão, nos mecanismos da mente, a fim de que
venhamos a fazes em nós mesmos as retificações necessárias. Em tais lances do
cotidiano, quase sempre somos impelidos a pensar em obsessão, supondo-nos
vítimas de entidades vampirizantes. O problema, porém, não se limita à influenciação
espiritual dos adversários que se nos encrava na onda psíquica, mas, principalmente,
diz respeito à nós mesmos. Em muitas situações e circunstâncias das existências
passadas, caímos em fundos precipícios de ódio e vingança, desespero e
criminalidade, operando em largas faixas de tempo contra nós próprios,
comprometendo-nos o destino; daí nasce o imperativo das experiências regenerativas
e amargas que se nos fazem indispensáveis, qual ocorre ao aluno que se atrasou na
escola, necessitado de novo exame, nas provas da repetência.
À vista de semelhantes considerações, toda vez que o sentimento se nos desgoverne,
procuremos assumir com segurança o leme do barco de nossos pensamentos, na
maré de provações da existência, na paz da meditação e no silêncio da prece.
Através do autocontrole, vigiaremos a porta de nossas manifestações, barrando
gestos e palavras desaconselháveis, e, com o auxílio da oração, faremos luz para
entender o que há conosco, de maneira a impedir a própria queda em alienação e
tumulto.
Atendamos constantemente a esse trabalho de auto-imunização mental, porque, junto
ao imenso número de companheiros perturbados e obsidiados que enxameiam a Terra
de hoje, em toda a parte, encontramos milhares de criaturas irmãs que estão quase às
portas da obsessão.
Psicografia de Chico Xavier. Livro: Alma e Coração
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