Muitos de nós, por não ter a dimensão exata do que significa ser um suicida, acredita que
suicida, é aquele que, levado por um ato de completo desatino, atentando contra a própria vida
consegue seu intento.
No entanto essa não é a verdade completa. Há uma gama muito variada de “Suicidas
Inconscientes”, que são aqueles que não respeitam seus limites, aqueles que desrespeitam e
agridem sua saúde, dentre outras coisas, com os excessos do fumo, da comida, do álcool e
dos tóxicos em geral.
Kardec, nas questões de 943 a 957 de “O Livro dos Espíritos” em consulta aos Espíritos
Venerados sobre o suicídio, nos dá uma primeira visão sobre a importância deste assunto.
Em “Nosso Lar” André Luiz nos relata sua própria história como tendo sido um Suicida
Inconsciente, revelação essa que na época o deixou perplexo, até porque, segundo sua ótica,
ele nuca havia atentado contra sua vida.
Em “Memórias De Um Suicida” de Yvone Pereira, numa leitura extremamente elucidativa, a
Espiritualidade descreve fatos e situações complexas vividas pelos suicidas, ainda nos informa
sobre aparelhamentos incríveis existentes no mundo astral de que se serve a Espiritualidade
a serviço do amor e da misericórdia de Deus, do qual destacamos um trecho: “....o próprio
traumatismo que este tipo de desencarne acarreta leva-o a lugares afins, que corresponderão
a seu estado vibratório e mental, até que seja naturalmente ‘desanimalizado’, isto é, que
se desfaça dos fluidos vitais de que são impregnados todos os corpos matérias. Embora
temporária essa estadia no Umbral é dolorosa e complexa, variando de acordo com os atos
praticados, o gênero de morte a que se entregou. Alguns aí ficam por poucas horas, outros
levarão meses ou anos, voltando à reencarnação sem a Espiritualidade.
Normalmente aí se demorarão o tempo que lhes restava para a conclusão do compromisso da
existência que cortaram, pois trazem carregamentos avantajados de forças vitais animalizadas
e uma desorganização mental nervosa e vibratória complexas. Daí seu grande sofrimento, para
o qual o único bálsamo é a prece das almas caritativas!”
Temos aí registrada mais uma vez a importância da prece em favor dos suicidas, único
bálsamo a lhes amenizar os tormentos, dada a grande conclusão, dificuldade e sofrimento em
que se debatem, visto terem - os suicidas ditos ‘conscientes’- buscados na “morte” o alívio para
a fuga de seus tormentos, o que resulta num ledo engano, de vez que, como vimos, quando
encarnamos nos é dada uma cota de energia vital suficiente para abastecer o tempo de nossa
caminhada, e se, como é o caso do suicida, essa carga de energia é interrompida pelo ato
desesperado, obviamente ela terá que ser desgastadas, “do outro lado da vida”, de uma forma
dolorosa, até que se desfaçam as pesadas cadeias que atrelam o Espírito ao corpo. Nossa
encarnação é fruto e resultado de uma longa elaboração no mundo espiritual e não nos cabe o
direito de atentar contra ela.
Toda encarnação, por penosa que seja, é uma benção concedida por Deus a nosso beneficio,
a beneficio de nossos resgate, aprendizados e evolução a que somos destinados. E por isto
não devemos malbaratar a chance que nos foi concedida mais uma vez, mas aproveitá-la,
utilizando-nos dos ensinamentos que Jesus nos deixou para que aprendêssemos a nos amar,
respeitando nossas vidas, nossos limites e oportunidades, para então podermos amar a nosso
próximo como a nós mesmos.
S
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