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Lenda é uma narrativa popular inspirada em fatos históricos, transformados pela imaginação ou pela tradição. Seus heróis são sempre homens ou mulheres consagrados na história de um país, de uma cidade, ou nas diversas religiões. Elas estão sempre ligadas ao tempo e ao espaço e geralmente se referem a fatos reais, em torno dos quais a fantasia cria uma série de coisas irreais e até mesmo inverossímeis. Carlos Magno, por exemplo, é um personagem histórico, mas em redor dele se criaram numerosos acontecimentos que jamais ocorreram e assim ficou nimbado de um halo fantasioso, que é lenda. Entre nós, figuras de cangaceiros, de beatos, de heróis, vivem cercados de um mundo de coisas imaginosas. Antônio Conselheiro e Padre Cícero são exemplos elucidativos. A estória do Negrinho do Pastoreio, conquanto o mesmo nunca tenha existido, é considerada uma lenda, pois versa sobre um fato histórico, que foi a escravidão. O diabo é grande personagem de lendas, porque, embora ele não seja personagem histórico, simboliza a luta entre o bem e o mal e, de acordo com a sabedoria popular, nas estórias o demônio sai sempre derrotado.
Existem lendas universais, como a do Judeu Errante, que em nosso país adquiriu formas e linguagem peculiares à nossa gente. O lendário brasileiro é uma fusão de lendas indígenas, das de origem negra e daquelas provenientes da Península Ibérica. |
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No Brasil as lendas podem ser classificadas em Litorâneas e da Zona Central. A vizinhança do mar traz maior liberdade para fantasias, dá aos pescadores a intimidade com as estrelas, com o sol e com o fundo do mar. Na Zona Central os contos e as lendas versam sobre estórias do boi, do cavalo, dos bichos em geral, assim como dos rios secos e dos tesouros escondidos. Exemplos: A Gruta que Chora, O Pontal da Cruz, Alma Penada, Chico-Rei, o Pacto com o Diabo, etc.
Fonte : Folclore Brasileiro / Nilza B. Megale- Petrópolis: Editora Vozes, 1999.
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