Dom Roque Sebastião Rabelo, Bispo Auxiliar do Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo, Arcebispo da Arquidiocese Metropolitana de Belo Horizonte, MG, num de seus programas diários, “A Luz do Caminho”, na Rádio América da citada Arquidiocese, às 12:30 (aos sábados, às 12:00), fez uma abordagem da conhecida passagem evangélica do Bom Samaritano, que, como se sabe, fazia parte de uma espécie de pária da sociedade, já que os samaritanos eram muito pobres, além de serem meio afastados da religião.
Nesse episódio, Jesus é importunado por um indivíduo que queria testar os conhecimentos e os pontos de vista Dele com relação à Lei Judaica. E inquiriu Jesus sobre o que deveria fazer, para adquirir a salvação. E o Mestre respondeu-lhe com outra pergunta: O que está escrito na Lei? O homem recitou para Jesus o que lemos em Lucas 10:27, e que constitui a base das Tábuas da Lei, ou seja, o preceito do amor a Deus e aos nossos semelhantes. E Jesus arrematou para aquele homem que colocasse em prática esse ensinamento, e, assim, ele adquiriria a salvação.
Todavia, esse personagem, que era um intérprete da Lei Judaica, dando uma de bobo, indagou de Jesus sobre quem deveria ser considerado seu próximo, seu semelhante.
Aí, então, Jesus conta uma historieta, uma espécie de parábola, a que ele recorre para esclarecer o seu interlocutor. E o Mestre vai direto ao assunto: Um homem foi assaltado entre Jerusalém e Jericó. Descendo em direção a esta cidade, um sacerdote encontrou o homem ferido e caído à beira da estrada. Mas, passou direto, sem o socorrer. Em seguida, passou também pelo mesmo local um levita, uma pessoa muito ligada também às práticas religiosas judaicas. Mas, igualmente, não socorreu a vítima. Por fim, um samaritano, seguindo aquele caminho, ao deparar-se com o homem ferido, cuidou dele, e levou-o para uma hospedaria, pagando todas as despesas feitas com os cuidados de seus ferimentos, além de ter avisado ao hospedeiro que, se houvesse mais despesas com o ferido, ele pagá-las-ia, na volta de sua viagem.
E Jesus concluiu que o Bom Samaritano cumpriu a Lei Divina do amor ao seu próximo, dando-nos um sábio exemplo de que nem sempre são os assíduos e barulhentos freqüentadores das igrejas e dos templos, isto é, os da linha de frente das cerimônias e rituais religiosos, os verdadeiros cumpridores da vontade de Deus, e, conseqüentemente, dos ensinamentos do Seu Enviado à Terra, Jesus Cristo!
E Dom Roque, na sua rápida, mas culta e instrutiva palavra sobre esse episódio evangélico, num momento de feliz inspiração e coragem, comparou os levitas daquela época de Jesus com os bispos de hoje, ou seja, os intérpretes das questões religiosas, como o eram os levitas. Os sacerdotes judeus identificou-os com os padres e pastores evangélicos de nossos dias. E o Bom Samaritano, segundo Dom Roque, hoje é representado pelos Espíritas, os que, realmente, praticam a caridade e o amor ao próximo.
Nossos parabéns a Dom Roque por esse seu gesto de humildade e de coragem em dizer verdades que, ao mesmo tempo que são um puxão de orelhas para os elementos de sua poderosa Igreja e de outras co-irmãs dela, são um elogio aos Espíritas. Parabéns, também, ao Cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo, por um grande exemplo, igualmente muito semelhante ao de Dom Roque, quando, já há algum tempo, gravou uma mensagem divulgada por todos os grandes canais de TV de Belo Horizonte, em que ele conclama, com muita dignidade de um grande, moderno e sábio Cardeal da Igreja, os católicos para colaborarem com a grande obra de caridade do Núcleo de Assistência Social “Caminhos para Jesus”, conhecida e respeitada Organização de Assistência a Deficientes Mentais da Capital Mineira, que cumpre de maneira brilhante os ensinamentos evangélicos de Jesus e os de Kardec, à qual não podem faltar aqui, também, os nossos parabéns.
Nos tempos passados, eram só os intelectuais leigos católicos e protestantes que reconheciam o valor e a importância do Apostolado Espírita. Agora chegou a vez de os bispos, padres e pastores cerrarem fileiras com os verdadeiros seguidores de Jesus e Kardec.
E são muitos os ensinamentos bíblicos do Novo Testamento – que, sem dúvida, é mais importante para nós do que o Velho, já que não somos judeus, mas, cristãos – a corroborarem a caridade e o amor ao próximo, como sendo práticas indispensáveis para a nossa busca da perfeição, o que levou Jesus a dizer: “Eu vos deixo um Novo Mandamento: “Que vos ameis uns aos outros como eu vos amei”, bem como São Tiago a advertir-nos de que “A fé sem obras é morta”, pensamento esse reforçado por São Paulo: “A fé, mesmo que remova montanhas, sem a caridade, de nada vale”. E Kardec não deixou por menos: “Fora da caridade não há salvação”.
Praza a Deus que outras autoridades da Igreja sigam os exemplos de Dom Roque e Dom Serafim, e que os Espíritas que ainda estão longe da perfeição, que todos nós almejamos, continuem dando esse salutar exemplo de vivência autêntica do Evangelho do meigo Mestre de Nazaré.
Tel. (31) 3373-6870.
Autor dos livros, entre outros: “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência”, “A Face oculta das Religiões” e “Quando Chega a Verdade”, Editora Martin Claret, São Paulo, SP.
Sem comentários:
Enviar um comentário