Era uma vez uma menina de Sergipe, nascida em Poço Verde em 1925.
Ela morava em uma grande fazenda, com muitos vegetais e animais. Mas a seca não deixa ninguém de fora. E assim a menina Josefa Alves dos Reis - conhecida como Zefa - saiu de Sergipe para Minas Gerais. “Nossas vidas foram gastas se movendo aqui e ali. Depois que meu pai morreu, meu irmão viajou procurando trabalho. Ele acabou em Brasília e nunca mais voltou. Eu fiquei em Minas Gerais com minha cunhada. Um dia ouvi falar de Araçuai, onde as pessoas diziam que pedras preciosas brotavam da terra. Eu cheguei e percebi que as coisas não eram exatamente assim, e eu estou aqui há 47 anos. ”
Zefa fez quase tudo em sua vida. Ela vendeu pedras preciosas, jóias e sempre que tinha um momento livre, moldava um pouco de argila, sem qualquer propósito. “Nossa terra ficou famosa quando os padres franciscanos chegaram. Um dia, depois de conversar com Lira Marques (ver página 318), fiz uma estatueta de argila do irmão franciscano Chico (um líder regional), que já havia nos deixado. Eu continuei trabalhando com argila, mas fiquei doente e me disseram que eu estava anêmica e não podia mais trabalhar com argila. Fiquei muito triste porque adorei barro. Eu costumava pesquisar suas origens, as cores, então decidi fazer a mesma coisa com madeira. Eu descobri muitas madeiras nativas, com mais de 30 cores diferentes. ”A verdade é que Zefa não parou por aí. Ela procurou as histórias e as raízes de sua área para fazer seu trabalho. Zefa fala das lendas que começaram nas minas e plantações de ouro, a fé religiosa local, os muitos mitos e rituais. “Eu faço Saint Francis usando um chapéu para ele não pegar um resfriado. As pessoas normalmente colocam pássaros nele. Eu pensei que seria
seja melhor colocar um chapéu para proteger a cabeça.
SÃO FRANCISCO
Madeira Imburana,
60 cm de altura
OS PROFETAS
Madeira Imburana, 70 cm de altura.
Coleção privada
OS PROFETAS
Madeira Imburana, 60 cm de altura.
Coleção privada
SOMBRA DA SORTE
Madeira Amburana, 60cm de altura.
Coleção privada
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